Sábado, 7 de Março de 2009
Depois de acabar estas palavras o seu rosto foi-se aproximando do meu, de maneira a ficarmos ambos debaixo da sombra da árvore. Beijou-me suavemente. Num mundo á parte do nosso ouvia gritos dos fotógrafos a gritarem - “Eles estão-se a beijar! é agora! tira foto! tira outra!”-. eu rapidamente sai desse mundo para o meu e do Gustav onde apenas havia nós debaixo da sombra da árvore, o nosso piquenique e aquilo que sentíamos um pelo outro.
Quando acabámos de nos beijar já havia fotógrafos até em cima da nossa toalha.
Rapidamente o Gustav pegou-me ao colo, obrigando-me a agarrar o seu pescoço para não cair. Ele virou a minha cara para o seu peito, no meu pensamento seria por causa dos fotógrafos, algo que não o incomodava a ele, mas ele sabia que me incomodava a mim.
Rapidamente ele correu com o meu grande peso até á pequena casinha pela qual tínhamos passado, o meu desejo anterior tinha sido realizado, sem ele sequer saber, ir para aquela pequena casa.
Os fotógrafos ficaram parados, sem resposta quando nos viram a sair do nosso piquenique, não esperavam que Gustav saísse de lá, pois este não se ligava a provocações.
Quando chegámos á porta da casa ele pousou-me no chão e abriu a porta lentamente. Dentro desta havia uma pequena sala com uma porta espelhada.
Entrámos e parámos na sala.
Gustav: Visto que me estragaram a primeira parte da surpresa, vou ser obrigado a passar á segunda! (parecia bastante aborrecido, ele queria fazer tudo ao seu jeito, que tudo fosse perfeito como ele tinha planeado.)
Domingo, 1 de Março de 2009
Ele pega num lenço preto que tinha no bolço das calças do seu smoking, estranhei bastante, parecia um daqueles sequestros de filmes em que o vilão embebe um lenço num liquido que deixa as pessoas inconscientes… mas eu tinha plena confiança nele.
Karina: Gustav o que me estás a fazer?
Gustav: Não consegues ver? (disse com um tom irónico) Claro que não tens os olhos tapados com um lenço (quando acabou esta frase deu uma pequena risada que me fez ficar ainda mais curiosa sobre a surpresa).
Karina: Posso ao menos ter uma pista do que os meus olhos não conseguem ver?
Gustav: Acho que o que os teus olhos não podem ver, o teu nariz pode sentir... (o meu nariz? O que quereria dizer ele com isto? Mas realmente estava um cheiro familiar, aliás vários cheiros familiares… e todos bastante apetitosos… comida… prado... o que será isto?)
Karina: Cheira-me a comida…
Gustav: Hey hey… não vamos continuar a tentar adivinhar ok? Se continuares acertas e depois já não é surpresa…
Karina: ohh... eu queria adivinhar… mas não te queria estragar a surpresa amor… desculpa.
Gustav: Não te preocupes a pedir desculpas, prepara-te para me agradeceres por eu ter preparado esta grande surpresa para ti.
Achei um bocado convencida a maneira como ele falava da surpresa. Seria assim tão boa ou seria ele que estaria a exagerar? Só haveria uma maneira de saber, continuar a andar até á tão famosa surpresa.
Andamos, e andamos. De repente paramos debaixo de uma árvore, podia sentir o frio da sua sombra. Deu-me um arrepio, o qual ele reparou e logo me abraçou para me aquecer. Poderia sentir que aquele era o lugar, o lugar da surpresa para a qual tinha caminhado com os olhos vendados e apenas guiada pela mão daquele que amo.
Lentamente e cuidadosamente tirou-me a venda, receando pela minha reacção.
Á minha frente podia ver uma manta ao xadrez vermelha e branca, com uma lancheira em cima. Apercebi-me rapidamente que a surpresa era um piquenique, mas porquê os fatos cerimoniais?
Deixando a minha curiosidade pela roupa que tínhamos vestida começamos o pequeno piquenique.
Ele tinha trazido cerejas, algumas sandes, e uma pequena garrafa de amostra de champanhe e outros.
Fiquei espantada com a miniatura de champanhe, era francês. Eu como não falava muito bem francês nem tentei ler o nome pois iria sair algo muito estranho da minha boca.
Começamos a comer cerejas. Não tinha lá muita fome para comer as sandes, e as cerejas pareciam aos meus olhos um bom aperitivo.
Estávamos no piquenique muito bem, tudo muito silencioso quando passa um homem com uma câmara na mão. Não ligamos muito, até de repente termos não só um mas vários fotógrafos á nossa volta e sentirmos os flashes. Naquela altura pensei em agarrar rapidamente na mão do Gustav e correr directamente em direcção á pequena casa por onde tínhamos passado antes, mas essa não parecia ser a sua vontade.
O Gustav parecia bastante á vontade com os flashes da câmara, algo que não me alegrava muito. Era a minha vida privada, e amanha, ou ainda hoje seria manchete de jornais e todo o mundo saberia. Tentei fazer com que o Gustav percebe-se isso, mas ele não se mostrava muito interessado.
Karina: Gustav…
Gustav: Sim… passa-se alguma coisa?
Karina: Eles não vão sair daqui?
Gustav: Vão… no fim de eu dar o que eles querem.
Karina: Então podes dar depressa? Eles estão de certa maneira a incomodar-me…
Gustav: Eu já ia fazer isso… mas se tu pedes… os teus desejos são como ordens para mim.
Sexta-feira, 20 de Fevereiro de 2009
Continuando com as minhas dúvidas, agarrei na mão dele, ele olha para mim e põe o braço direito sobre o meu ombro esquerdo numa pose de protecção e posse.
Naquele momento nenhum rapaz estava em condições de comentar o meu vestido, ou a mim mesma, pois Gustav com aquela pose e ar de felicidade por possuir o meu amor estava preparado para tudo, até para mudar o nosso trajecto para reclamar com quem se pusesse no nosso caminho.
O caminho não foi muito longo. Caminhamos até a uma praça, onde estavam várias pessoas a viver o seu dia normal, estupefactas tal como os meus vizinhos ficaram. No fundo da praça estava um pequeno carro, o qual era dirigido por um senhor vestido com uma T-Shirt preta e calças pretas, tal e qual como um segurança.
Fui andando pela direcção que o Gustav me guiava, pois não tinha a mínima ideia do percurso que iríamos fazer.
Entramos para o carro, que estava anteriormente estacionado no fundo da praça. O Gustav disse ao Senhor para nos levar ao cesto… fiquei bastante confusa, nunca tinha ouvido falar de nenhuma cidade, aldeia, ou até pais chamado cesto.
Passámos por um prado cheio de relva, e com pequenas margaridas e no final do prado havia uma pequena casinha, parámos ai. O Gustav pediu-me para eu ter calma, que a surpresa era grande e tinha sido planeada com muito amor.
Sexta-feira, 13 de Fevereiro de 2009
Karina: Fica mal mor?
Gustav: Nãoo… muito pelo contrario… fica bem demais. Tenho medo que ainda passe algum rapaz muito mais giro que eu e te leve. (oh mesmo que me quisesse eu não queria, só se fosse doida é que saia de perto dele)
Karina: não me levava…
Gustav: Porquê?
Karina: Porque, primeiro de tudo eu não queria ir, e segundo duvido que tu deixasses… ou deixavas?
Gustav: Por minha vontade não, mas se tu quisesses mesmo, e soubesse que ias ser mais feliz deixava…
Karina: (interrompi-o automaticamente) achas que alguma vez eu poderia ser feliz longe de ti depois de te conhecer, depois de passar contigo tudo o que já passei, depois de ás tantas da manha ainda teres paciência para emprestares o casaco para tapares uma desconhecida?
Gustav: Mas não te ia deixar ali a morrer de frio, embora ainda não te conhecesse sentia algo ali… (de repente a sua expressão mudou completamente para um sorriso maroto) Olha e se saíssemos daqui e fossemos aos meus planos para o dia de hoje?
Não consegui negar, e ainda por cima para ainda ter um poder mais persuasivo sobre mim foi-se chegando, agarrando no meu braço e percorrendo com as suas mãos do meu pulso aos ombros de maneira a me causar um arrepio que o fez sorrir. Não resisti a roubar esse sorriso para a minha boca roubando-lhe um beijo que ele não esperava, com este ele respondeu com outro, sendo obrigado a parar por causa dos planos para hoje.
Saímos contra a nossa vontade daquele quarto, descendo as escadas e atravessando o corredor principal até à porta da saída.
Quando pousamos o primeiro pé em conjunto na rua, tudo á nossa volta parou estupefacto a olhar para nós. Não cheguei bem a perceber se tinha sido pelo facto de a rapariga que grande parte das pessoas que viviam á volta tinham visto a crescer estar com um rapaz bonito ou se de estarmos tão bem trajados como se fossemos a um casamento.
(Casamento? Será essa a surpresa?)
Quarta-feira, 11 de Fevereiro de 2009
Ao olhar para aquele vestido, tão cerimonioso percebi que este não ia ser um dia normal como os outros, bem desde que o conheci mais nenhum dia era normal, ou vulgar.
Vesti vagarosamente e cuidadosamente o vestido. Era tão lindo que na minha ideia era uma espécie de porcelana nas minhas mãos, sentia que podia rasgar-se ao mais pequeno esforço.
Tal como o Gustav me tinha dito o vestido era exactamente o meu número. Olhei-me ao espelho uma outra vez antes de sair da casa de banho onde me estava a vestir para ele não ver como me ficava o vestido antes de eu ver.
Saí da porta da casa de banho, atravessei o pequeno corredor. Podia estar á vontade pois apenas estava eu sozinha em casa, neste momento com Gustav, a minha madrasta e meu pai tinham ido trabalhar como qualquer adulto vulgar.
Os olhos de Gustav quando abri ganharam outra maneira de olhar, uma espécie de admiração com olhos de cachorro pois parecia totalmente seduzido pelo vestido em meu corpo, mas os olhos dele nem pestanejavam, nem um único desviar de olhar. Será que afinal o vestido não me ficava assim tão bem como eu tinha ideia?
Sábado, 7 de Fevereiro de 2009
Gustav: (pegando no saco preto que tinha pousado em cima da cama e dirigindo-se a mim com este) Esta roupa. É o teu tamanho não te preocupes…
Karina: Mas como sabes o meu tamanho de roupa?
Gustav: Para além de o Bill e a senhora da loja me terem dado uma pequena ajuda, eu sei bem o tamanho da minha namorada! (Uau.. ele nunca tinha oficializado a nossa relação como um namoro… apenas as pequenas declarações que fazíamos um ao outro)
Depois de lhe ter agradecido o vestido, beijei-o levemente nos lábios.
Abri rapidamente o saco preto, onde estava o lindo vestido azul da minha imaginação.
Quarta-feira, 4 de Fevereiro de 2009
Ao sair da casa de banho dei-me conta de um certo ruído, parecia alguém a tocar á campainha. Rapidamente, dirigi-me á janela do meu quarto, na qual dava para ver quem estava á porta.
Era o Gustav já estava a ficar impaciente e preocupado. Durante o largo tempo que estive na casa de banho ele ficou em pé com algo vermelho na mão tocando á campainha.
Despachei-me apressadamente a ir abrir a porta. Á porta estava o Gustav com um grande ramo de rosas murchas, no qual estava um pequenino coração que dizia “IchLiebeDich”. Ao ver esta cena senti-me mal. Eu tinha estado ao telefone com a Joana, demorando-me assim no banho enquanto que o Gustav e as suas, quer dizer, as minhas rosas ficaram lá fora a tostar ao sol. L
Ao vê-lo lembrei do dia de ontem, um dia tão grande e com tantas descobertas.
As rosas embora estivessem murchas continuavam lindas, assim como o rapaz que as trazia com um aspecto cerimonial, e com um saco de cabide preto, não dando para ver o que este trazia dentro.
A minha curiosidade a olhar aquele saco ia ficando maior a cada minuto, mas o calor continuava imenso e o Gustav estava lá fora ao assolador sol.
Disse-lhe para entrar, e ele assim o fez.
O seu olhar cruzou o corredor central do inicio ao fim. Era uma casa pequena, mas com vários corredores a minha.
Não conseguindo conter a minha ansiedade de curiosidade, e de saudades tive de o levar para o 1º andar. Para o quarto onde eu o vi á entrada, o meu quarto – lá nos sentiríamos mais á vontade para falar, namorar e descobrir porque tantas cerimonias, o porque de ele estar vestido de smoking e trazer um saco preto onde na minha imaginação estava um vestido azul lindo.
Entramos no quarto que estava totalmente desarrumado pois estava a tentar escolher a roupa mais apropriada para receber o Gustav em minha casa. Ao por os dois pés dentro do quarto e se aperceber de tal bagunça teve que dizer algo.
Gustav: Uau... acho que nunca vi tanta roupa num só chão. Nem mesmo no camarim do Bill.
Karina: Pois… (sentia-me a ficar totalmente corada, não esperava que ele aparecesse enquanto que eu escolhia a roupa, sabia que ele iria aparecer, mas nunca iria imaginar agora) estava a tentar escolher a roupa apropriada para estar contigo…
Gustav: aHH… não é preciso te preocupares com isso.
Karina: Não?
Gustav: Não. Eu planei algo especial para nós hoje. (Na minha cabeça pairavam mil e uma ideias sobre o que poderia ser este “algo especial”. Seria uma saída unicamente a dois a outra cidade? Um passeio pelo rio Elbe?)
Karina: Mas e que roupa levo?
Sábado, 31 de Janeiro de 2009
Karina: E tenho medo de te perder! (Após estas palavras houveram vários segundos de silêncio, ninguém se atrevia a quebrar o silencio).
Joana: eu também tenho medo de morrer, de esta ser a última vez que falo contigo, mas eu arrisco, sabes tão bem como sou Carina!
Karina: Vais ver que não vai ser a última vez J. Olha desculpa mas tenho que desligar, eu vou sair agora com o Gustav. Mas… quando vais?
Joana: Ás 3 de o amanhecer seguinte!
Karina: Uau… nunca pensei que fosses tão cedo. Eu hei-de arranjar uma maneira de estar contigo amanha sem o Gustav, eu sei que se ele for vai acabar por levar alguém que tu não queres ver.
Joana: AI não quero não, safa-te dessa mas não os leves! Até amanhã então, tenho de começar as malas hoje!
Karina: Até amanha. Fica o nosso pequeno segredo (a última frase foi sussurrada para ninguém ouvir sem ser eu e ela).
Ambas desligamos em sintonia. Logo que desliguei o telefone fui a correr para a casa de banho para tomar o meu duche relaxante e de alguma maneira tentar esquecer que a minha melhor amiga ia mudar de país para fugir a algo/alguém que a poderia fazer a sua vida muito mais feliz sem complicações nem burocracias, como as que os seus pais teimam em fazer sem necessidade. Apenas tinha que relaxar e ao mesmo tempo despachar-me. Uma coisa normalmente impossível, mas para mim não, não quando estou terrivelmente apaixonada pelo Gustav e sabia que havia uma probabilidade gigante de ele tocar á minha campainha para uma saída não prevista.
Quarta-feira, 28 de Janeiro de 2009
Finalmente tinha chegado um novo dia. Estava ansiosa que o telefone tocasse, poderia ser a Joana a dar noticias e a querer comentar cada segundo do concerto e do tempo que estivemos nos backstages, e poderia ser o Gustav.
O telefone toca precisamente no momento em que eu avanço em direcção á casa de banho para tomar um duche relaxante. De imediato desligo a luz da casa de banho e começo a correr escadas a baixo até chegar ao telefone da entrada. Quem estava a telefonar era a Joana.
Karina: Estou?
Joana: Olá Carina J. Olha tinha que te ligar a dizer que gostei muito dos meus presentes de ontem, mas…
Karina: Mas o quê? Passa-se algo?
Joana: Mas eu vou ter que sair da Alemanha. Ontem á noite senti algo estranho com o espinafre, ahm quero dizer Bill. (interrompi)
Karina: Algo estranho tipo o quê? Gostas dele Joana?
Joana: Karina… eu acabei o meu namoro de 3 anos com o Peter há três dias. Não me sinto preparada para partir já para outra.
Karina: Mas tu nem sequer gostavas dele…
Joana: Eu sei, mas…
Karina: Ok, tu é que sabes… (conseguia ouvir do outro lado do telefone o suspiro dela no final da minha frase, como se nem ela se compreende-se).
Joana: Bem, como te disse vou sair da Alemanha, vou fazer voluntariado para o Iraque…
Karina: Para o Iraque Joana?
Joana: Sim…
Karina: Mas vais-me telefonar sempre que poderes, ou até mesmo escreveres cartas para eu saber que estás bem… aquilo é o fim do mundo, e… (tinha medo das palavras que iria dizer, tinha medo acima de tudo que elas alguma vez se pudessem tornar verdade. A Joana é a minha melhor amiga e tinha muito receio de a perder).
Joana: e…
Sexta-feira, 23 de Janeiro de 2009
Ao entrarmos na mesma porta por onde tínhamos saído anteriormente foi tudo em direcção á Joana a dar-lhe os parabéns (fiquei contente por ela, afinal de contas tinha acabado apenas há dois dias com o Peter e estava tão feliz), no final da fila daquelas pessoas todas que felicitavam a Joana estava o Gustav, mal o vi a minha reacção foi logo saltar para os braços dele, onde me sentia segura.
Mas antes de abraçar o Gustav, o Bill foi dar os parabéns á Joana… (começo a achar que ali se passa algo… o piscar de olho, os olhares... hum… ali há coisa…).
Depois de todos os abraços e beijinhos de parabéns á Joana fomos embora. O Gustav chamou um táxi para nós para ter a certeza que ficávamos “bem entregues”, embora de certa maneira eu quisesse que a noite não acabasse ali mas sim no quarto ao lado dele, eu sabia que isso não era possível, tanto pela Joana, tanto por ele. Após todo o concerto ele estava tão exausto que usou algumas das suas ultimas forças para me dar um pequeno beijo na testa enquanto entravamos para o táxi.
Esta noite Joana decidiu ir para a sua casa, ela queria ir descansar, este dia tinha sido bem atribulado.
Na minha cabeça pairavam os pensamentos agora esclarecidos, mas que nunca desapareciam. Tais como, o facto de ele me ter escondido uma parte importante da vida dele, cada minuto, segundo ou hora que passei com ele. Tudo isto em apenas um pensamento que fazia-me ao mesmo tempo derramar pequenas lágrimas que caiam para a almofada onde tinha a minha cabeça deitada e sorrir por cada situação que passamos (especialmente quase termos sido apanhados pela mãe dele).
Não conseguia esperar até ao dia seguinte, este teimava em demorar tanto a chegar. (Passado algumas horas a olhar para o tecto, a tentar projectar nele a cara de Gustav que não saia da minha cabeça).