Depois de acabar estas palavras o seu rosto foi-se aproximando do meu, de maneira a ficarmos ambos debaixo da sombra da árvore. Beijou-me suavemente. Num mundo á parte do nosso ouvia gritos dos fotógrafos a gritarem - “Eles estão-se a beijar! é agora! tira foto! tira outra!”-. eu rapidamente sai desse mundo para o meu e do Gustav onde apenas havia nós debaixo da sombra da árvore, o nosso piquenique e aquilo que sentíamos um pelo outro.
Quando acabámos de nos beijar já havia fotógrafos até em cima da nossa toalha.
Rapidamente o Gustav pegou-me ao colo, obrigando-me a agarrar o seu pescoço para não cair. Ele virou a minha cara para o seu peito, no meu pensamento seria por causa dos fotógrafos, algo que não o incomodava a ele, mas ele sabia que me incomodava a mim.
Rapidamente ele correu com o meu grande peso até á pequena casinha pela qual tínhamos passado, o meu desejo anterior tinha sido realizado, sem ele sequer saber, ir para aquela pequena casa.
Os fotógrafos ficaram parados, sem resposta quando nos viram a sair do nosso piquenique, não esperavam que Gustav saísse de lá, pois este não se ligava a provocações.
Quando chegámos á porta da casa ele pousou-me no chão e abriu a porta lentamente. Dentro desta havia uma pequena sala com uma porta espelhada.
Entrámos e parámos na sala.
Gustav: Visto que me estragaram a primeira parte da surpresa, vou ser obrigado a passar á segunda! (parecia bastante aborrecido, ele queria fazer tudo ao seu jeito, que tudo fosse perfeito como ele tinha planeado.)
Ele pega num lenço preto que tinha no bolço das calças do seu smoking, estranhei bastante, parecia um daqueles sequestros de filmes em que o vilão embebe um lenço num liquido que deixa as pessoas inconscientes… mas eu tinha plena confiança nele.
Karina: Gustav o que me estás a fazer?
Gustav: Não consegues ver? (disse com um tom irónico) Claro que não tens os olhos tapados com um lenço (quando acabou esta frase deu uma pequena risada que me fez ficar ainda mais curiosa sobre a surpresa).
Karina: Posso ao menos ter uma pista do que os meus olhos não conseguem ver?
Gustav: Acho que o que os teus olhos não podem ver, o teu nariz pode sentir... (o meu nariz? O que quereria dizer ele com isto? Mas realmente estava um cheiro familiar, aliás vários cheiros familiares… e todos bastante apetitosos… comida… prado... o que será isto?)
Karina: Cheira-me a comida…
Gustav: Hey hey… não vamos continuar a tentar adivinhar ok? Se continuares acertas e depois já não é surpresa…
Karina: ohh... eu queria adivinhar… mas não te queria estragar a surpresa amor… desculpa.
Gustav: Não te preocupes a pedir desculpas, prepara-te para me agradeceres por eu ter preparado esta grande surpresa para ti.
Achei um bocado convencida a maneira como ele falava da surpresa. Seria assim tão boa ou seria ele que estaria a exagerar? Só haveria uma maneira de saber, continuar a andar até á tão famosa surpresa.
Andamos, e andamos. De repente paramos debaixo de uma árvore, podia sentir o frio da sua sombra. Deu-me um arrepio, o qual ele reparou e logo me abraçou para me aquecer. Poderia sentir que aquele era o lugar, o lugar da surpresa para a qual tinha caminhado com os olhos vendados e apenas guiada pela mão daquele que amo.
Lentamente e cuidadosamente tirou-me a venda, receando pela minha reacção.
Á minha frente podia ver uma manta ao xadrez vermelha e branca, com uma lancheira em cima. Apercebi-me rapidamente que a surpresa era um piquenique, mas porquê os fatos cerimoniais?
Deixando a minha curiosidade pela roupa que tínhamos vestida começamos o pequeno piquenique.
Ele tinha trazido cerejas, algumas sandes, e uma pequena garrafa de amostra de champanhe e outros.
Fiquei espantada com a miniatura de champanhe, era francês. Eu como não falava muito bem francês nem tentei ler o nome pois iria sair algo muito estranho da minha boca.
Começamos a comer cerejas. Não tinha lá muita fome para comer as sandes, e as cerejas pareciam aos meus olhos um bom aperitivo.
Estávamos no piquenique muito bem, tudo muito silencioso quando passa um homem com uma câmara na mão. Não ligamos muito, até de repente termos não só um mas vários fotógrafos á nossa volta e sentirmos os flashes. Naquela altura pensei em agarrar rapidamente na mão do Gustav e correr directamente em direcção á pequena casa por onde tínhamos passado antes, mas essa não parecia ser a sua vontade.
O Gustav parecia bastante á vontade com os flashes da câmara, algo que não me alegrava muito. Era a minha vida privada, e amanha, ou ainda hoje seria manchete de jornais e todo o mundo saberia. Tentei fazer com que o Gustav percebe-se isso, mas ele não se mostrava muito interessado.
Karina: Gustav…
Gustav: Sim… passa-se alguma coisa?
Karina: Eles não vão sair daqui?
Gustav: Vão… no fim de eu dar o que eles querem.
Karina: Então podes dar depressa? Eles estão de certa maneira a incomodar-me…
Gustav: Eu já ia fazer isso… mas se tu pedes… os teus desejos são como ordens para mim.