Finalmente tinha chegado um novo dia. Estava ansiosa que o telefone tocasse, poderia ser a Joana a dar noticias e a querer comentar cada segundo do concerto e do tempo que estivemos nos backstages, e poderia ser o Gustav.
O telefone toca precisamente no momento em que eu avanço em direcção á casa de banho para tomar um duche relaxante. De imediato desligo a luz da casa de banho e começo a correr escadas a baixo até chegar ao telefone da entrada. Quem estava a telefonar era a Joana.
Karina: Estou?
Joana: Olá Carina J. Olha tinha que te ligar a dizer que gostei muito dos meus presentes de ontem, mas…
Karina: Mas o quê? Passa-se algo?
Joana: Mas eu vou ter que sair da Alemanha. Ontem á noite senti algo estranho com o espinafre, ahm quero dizer Bill. (interrompi)
Karina: Algo estranho tipo o quê? Gostas dele Joana?
Joana: Karina… eu acabei o meu namoro de 3 anos com o Peter há três dias. Não me sinto preparada para partir já para outra.
Karina: Mas tu nem sequer gostavas dele…
Joana: Eu sei, mas…
Karina: Ok, tu é que sabes… (conseguia ouvir do outro lado do telefone o suspiro dela no final da minha frase, como se nem ela se compreende-se).
Joana: Bem, como te disse vou sair da Alemanha, vou fazer voluntariado para o Iraque…
Karina: Para o Iraque Joana?
Joana: Sim…
Karina: Mas vais-me telefonar sempre que poderes, ou até mesmo escreveres cartas para eu saber que estás bem… aquilo é o fim do mundo, e… (tinha medo das palavras que iria dizer, tinha medo acima de tudo que elas alguma vez se pudessem tornar verdade. A Joana é a minha melhor amiga e tinha muito receio de a perder).
Joana: e…